terça-feira, 29 de junho de 2010

Estado do Mundo

Salvador Dali


No dia 30 de junho, o Instituto Akatu pelo Consumo Consciente apresentará a edição em português do relatório “Estado do Mundo – 2010”, desenvolvido pelo WWI – Worldwatch Institute.

O estudo é realizado anualmente pelo instituto com a intenção de propor ideias que contribuam para a sustentabilidade e o fim da cultura do consumismo no mundo, baseado na atual situação da economia, das empresas, da mídia e das entidades educacionais.

Os principais resultados do relatório serão apresentados, no evento do Akatu, pelo representante da WWI no Brasil, Eduardo Athayde, e pelo diretor-presidente do Instituto Akatu, Helio Mattar, entre outros especialistas.

Uma das principais conclusões do relatório diz respeito ao crescimento do consumo por bens e serviços em todo o mundo, o que consequentemente implica no aumento do uso de recursos naturais. Segundo dados do estudo, atualmente um europeu consome cerca de 43 kg em recursos naturais diariamente e um americano, 88 kg.

Sendo assim, o relatório define o estado do mundo, em 2010, como insustentável e sugere que entidades educacionais e a própria mídia atuem como principais transformadoras da filosofia consumista que impera no mundo, hoje. Já para as empresas, o estudo admite que o processo de mudança é mais demorado, mas sugere que elas se espelhem em companhias que já deixaram de fazer, apenas, o “bê-a-bá” da sustentabilidade para, de fato, abraçar a causa, levando em conta o triângulo "lucro, planeta e pessoas" em todas as decisões que tomam.


Fonte: www.akatu.net

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Saramago


Morreu hoje aos 87 anos de idade o grande escritor da língua portuguesa, Prêmio Nobel de literatura, José Saramago. "Ensaio Sobre a Cegueira", uma de suas obras mais conhecidas, transformada em filme dirigido por Fernando Meirelles, é uma metáfora da cegueira social em que vivemos - continua atualíssima.
A ele, nossas sinceras homenagens.
Fotos -
Esquerda: durodrigues.wordpress.com
Direita: Sebastião Salgado


quarta-feira, 16 de junho de 2010

Audiência BH

O "amplo auditório", obrigou muita gente (inclusive idosos) a se assentarem no chão.

O auditório do CREA não era o melhor lugar para uma audiência desse porte.

Todas as cidades do interior onde aconteceram audiências ofeceram espaços melhores do que o da capital.
Fotos: Maurílio Nogueira

A audiência pública sobre a Mina Apolo em Belo Horizonte significou um grande passo para os que lutam pela preservação do Gandarela e pela criação do Parque Nacional no mesmo lugar. A despeito da falta de respeito da SUPRAM em marcar a audiência para um auditório minúsculo, sem ventilação e sob um calor insuportável pelo acúmulo de pessoas, oposto ao frio intenso que fazia na noite lá fora, o evento teve um saldo positivo, pois lá estava José Carlos de Carvalho, Secretário de Estado de Meio Ambiente, presença inédita em uma audiência pública da mais alta autoridade do sistema ambiental do Estado, ficando a par todas as reinvidicações do movimento ambiental.

A Vale levou para apoiá-la não somente o tradicional exército de verde, mas dois grupos de "sindicalistas" (nós que pensávamos que o peleguismo havia se extinguido) que pertubaram a audiência com vaias cada vez que um defensor do Gandarela se apresentava. Ridículo papel, que demonstra a fragilidade de setores do atual movimento sindical, que nasceu fruto das lutas sociais e hoje encontra-se perdido frente á desestruturação do mundo do trabalho desencadeado pelo capitalismo neo-liberal.

Os representantes de Caeté, executivo, legislativo e outros, cumpriram seu triste papel em defender a Vale e a Mina Apolo, foram contra a preservação de todo o imenso patrimônio natural que é a Serra do Gandarela. Patéticos, pareciam mais funcionários da empresa que homens públicos compromissados com o bem-comum.

Mas a flor da esperança nasceu naquela serra, irrigada pelas águas critalinas que brotam de seu corpo. Os homens ávidos, gananciosos, sedentos de lucro querem rasgar seu ventre e saquear suas riquezas e deixar cinzas, crateras e destruição.

Mas a flor da esperança sobre o Gandarela, sobre as montanhas de Minas, nasceu e resiste, sempre, pois não morre...

sábado, 12 de junho de 2010

Quem tem sabe a diferença...






A parceria entre prefeitura e Copasa na Semana do Meio Ambiente é no mínimo estranha e, por que não dizer supreendente, como se o município não tivesse uma autarquia responsável pelo abastecimento público, o SAAE, que tem todos os atributos e conhecimento da nossa realidade para participar de um evento dessa natureza. O processo de desqualificação da SAAE pelo atual governo já vem de longa data, desde a tentativa anterior de substituição do órgão, criado pelo pai do atual prefeito, que ao que tudo indica, tinha uma visão mais ampla de bem público, proposta que foi prontamente rechaçada pela população que se mobilizou e pressionou a Câmara da época a não aprovar a proposta.
A farta distribuição de material de propaganda com a frase "COPASA, quem tem sabe a diferença" foi direcionada aos estudantes da rede pública no Poliesportivo durante a semana. O potencial de disseminação dessa mensagem entre as famílias é muito grande e pode criar, em nível de representações sociais, ao longo do tempo, uma predisposição da população a aceitar a subsituição do SAAE pela empresa de capital misto.
Na verdade precisamos saber dessa apregoada diferença que vai desde uma autarquia que ainda trata a água como bem comum e outra que trata a água como mercadoria, de uma que tem tarifas compatíveis com o nível de renda dos consumidores e outra cujo objetivo é puramente o lucro.
Quais objetivos, ainda obscuros, que levam o governo municipal, desconhecedor da atual geopolítica das águas, a querer substituir a autonomia e gestão sobre o bem mais precioso que temos e entregá-lo às mãos ávidas do mercado?

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Convocação Geral


Amigos,
trata-se de projeto da Vale na área mais significativa relativa a biodiversidade e recursos hídricos da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Para quem conhece a região central de Minas Gerais e o circuito das cidades históricas ao Sul e Leste de BH, a Serra do Gandarela fica exatamente no meio dele.
Ela também se junta à belíssima Reserva do Caraça, permitindo uma integração ambiental única e suficiente para situar esta região como uma das mais importantes do Leste brasileiro.
A Serra do Gandarela possui a maior mancha de Mata Atlântica de toda a região, também contém as maiores extensões de campos rupestres sobre cangas ferruginosas de Minas Gerais, e possivelmente do Brasil. Os campos rupestres do Gandarela, situados entre 1200 e 1650 ms de altitude, guardam espécies únicas e muitas sequer descobertas pela ciência. Há sob eles grutas já consideradas de máxima relevância de um conjunto de cerca de aproximadamente 100 grutas já identificadas.
E, muito importante, situada no contexto do chamado Sinclinal Gandarela, a Serra do Gandarela contém o principal aquífero preservado da região do Alto Rio das Velhas, responsável por 62% do abastecimento de Belo Horizonte e 45% da Região Metropolitana de BH.
A Vale tem inúmeros projetos nesta região, a maior parte dos quais não vem sendo recuperada, quando esgotada a exploração de parte das jazidas. Queremos que esta permaneça intocada. Para isso, há um processo aberto no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) para a criação do Parque Nacional Gandarela. A área foi vistoriada pelos técnicos do ICMBio e a proposta do perímetro do parque está para ser concluída.
No Gandarela nascem algumas das principais cachoeiras desta região de Minas Gerais. O conjunto é comparável ao da Serra do Cipó.
Na próxima segunda-feira, não deixe de comparecer à audiência pública do projeto Apolo. Vamos defender a Serra e apoiar o Parque.


CONVOCAÇÃO GERAL

junho de 2010

AUDIÊNCIA PÚBLICA DA MINA APOLO EM BH

VIDA ou DESTRUIÇÃO

14/06/2010, segunda-feira,
19 horas - Auditório CREA/MG,

Av. Álvares Cabral 1600, Sto. Agostinho,
ao lado da Assembléia Legislativa.



O movimento socioambiental de Minas Gerais vem convocar todas as representações da sociedade civil, cidadãos, trabalhadores, estudantes – homens, mulheres e crianças – a estarem presentes à audiência pública do projeto Mina Apolo, que a empresa Vale S/A pretende instalar na Serra do Gandarela.

A presença de todas e todos se faz necessária devido à extrema importância da Serra do Gandarela, região ambientalmente mais preservada de toda Região Metropolitana de Belo Horizonte, rica em biodiversidade, paisagens e águas, importantíssima para a manutenção da qualidade das águas das bacias dos rios das Velhas e Piracicaba, servindo à população de Belo Horizonte e de várias outras cidades.

Dois projetos se colocam neste momento: o de uma mineração, ancorada no poder econômico e em uma forma de intervenção destruidora de ambientes naturais e com enorme potencial de desestruturação social; e o do Parque Nacional Águas da Serra do Gandarela, garantidor do equilíbrio natural, da biodiversidade, da preservação das águas, local de lazer, estudos científicos e de uma sustentabilidade por prazo indefinido - não somente por dezessete ou vinte anos, como quer a Vale com seu empreendimento.

Esta é a hora de retomarmos a soberania e a vontade política da sociedade sobre o que queremos e pensamos para a natureza e estabelecermos um marco que ponha limite às atividades predatórias que vêm consumindo boa parte desta região riquíssima em ambientes naturais (mata atlântica, campos rupestres, cachoeiras, horizontes) e culturais-históricos. Neste processo, impõe-se a contestação do sistema político-econômico que não protege o valor natural da nossa terra, que subtrai e exporta suas riquezas, deteriorando e colocando a vida de nossa região e do planeta em risco.

Grandes corporações, como a Vale, só se preocupam com seus lucros. Desenvolvimento sustentável e responsabilidade social foram incorporados ao seu discurso para validar estes propósitos. Infelizmente, temos visto um Estado se esquecer de suas funções públicas e se associar a tais projetos, tornando assim tendenciosa a política ambiental, por desconsiderar outros atributos do nosso chão, como a sua capacidade de guardar e servir-nos de água, de ancorar outra forma de desenvolvimento – duradoura, respeitosa com as paisagens e propícia à qualidade de vida de todos os que aqui vivem e trabalham. Que a vontade dos que se colocam a favor da vida e do futuro seja ouvida e acatada.

Venha e participe. Não deixe para outros aquilo que também lhe compete.

Diga não à destruição, diga sim à água e à vida.



Conheça mais sobre a Serra do Gandarela e a defesa do Parque Nacional.


Acesse o site http://www.aguasdogandarela.ning.com


Movimento pelas Serras e Águas de Minas