quinta-feira, 29 de julho de 2010

Caeté: cidade dos muros?





De alguns anos prá cá os muros vem se proliferando na cidade. De uma hora prá outra muitas casas, a começar por bairros com população de maior poder aquisitivo, começaram a exibir muros altos com cercas elétricas e aparatos semelhantes aos de campo de concentração ou prisões. Esse processo de segregação socioespacial, que dificulta a convivência entre as pessoas, é novo para uma cidade com níveis de violência ainda baixos. O que leva famílias ao isolamento atrás de muros, lá dentro a aparente segurança, a tv, a internet com suas redes de relacionamento, aqui fora o desconhecido, o perigo em cada esquina e o medo, será essa a realidade? Nesses lugares vizinhos já não se conhecem e as redes de solidariedade se esgarçam. Negando-se à convivência, nega-se o outro, a cidadania e a realidade, daí começa um processo de "erosão da cidade" e olhando-se à volta já percebemos isso em nossa querida Caeté.

Um comentário:

Unknown disse...

Interessante a abordagem feita sob a ótica da segregação socioespacial. Além dos aparatos físicos para contenção da violência, ficamos prisioneiros de nós mesmos. Presos em muros que construímos empilhando tijolos a esmo, impulsionados pelo individualismo, pelo particular universo de cada um. E impedidos de ver no outro possibilidades de mudança. É o que acaba gerando a violência de fato.