domingo, 14 de abril de 2013

Parque Nacional da Serra do Gandarela - Riqueza limpa por toda vida.





Atendendo à uma solicitação do Macaca, a Câmara Municipal realizou na quarta-feira, dia 10, sessão extraordinária com a presença do executivo. Os representantes do Macaca fizeram uma exposição a respeito do papel da entidade no município e nos diversos espaços em nível municipal, estadual e federal onde atua, seja em conselhos, comitês, agências de bacia e movimentos. Esse fato foi inédito, pois no mandato anterior Câmara e governo municipal nunca se mostraram dispostos a ouvir o setor ambientalista e o acontecimento recente demonstra um avanço muito significativo, pois talvez esteja se configurando um novo tempo onde o diálogo, o respeito e o debate de alto nível tragam benefícios à sociedade.

 Na oportunidade o Movimento de Preservação da Serra do Gandarela, frente na qual o Macaca tem importante atuação, apresentou aos vereadores, prefeito Zezé Oliveira, secretários e público presente o tema "Parque Nacional do Gandarela - Contribuições para a Economia Local e Regional". A apresentação estendeu-se por mais de três horas onde os aspectos naturais, importância hídrica e atrativos turísticos do Gandarela foram destacados, bem como os riscos dos projetos de mineração na região, principalmente o Apolo da Vale. O economista Jose Tanajura do Movimento Gandarela, um dos responsáveis pelos estudos, discorreu sobre as possibilidades de geração de riqueza e desenvolvimento regional a serem desencadeadas com a criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela . Dentre as atividades econômicas a serem estimuladas pela criação do parque destaca-se o turismo e suas formas, seja o ecoturismo, o turismo de aventura, o rural-cultural, o de vilarejo, o gastronômico, o pedagógico, o científico, dentre outras, "favorecido pelos megaeventos desportivos e pelo período de “bônus demográfico” na RMBH (até 2020 a população economicamente ativa se manterá maior que as populações dependentes), haverá um aquecimento da economia regional com abertura de uma janela de grandes oportunidades econômicas. A região do PARNA Gandarela apresenta atributos ambientais singulares de reconhecida relevância nacional e internacional e alta potencialidade turística", associados à proximidade e facilidade de acesso a outros centros. O circuito Serra do Gandarela, inserido na Estrada Real e articulado aos mercados da Região Metropolitana de Belo Horizonte (4,7 milhões de habitantes), São Paulo (19,6 milhões de habitantes), Rio de janeiro (11,5 milhões de habitantes) e também ao internacional, se mostra economicamente viável "possibilitando e induzindo a geração de emprego e renda permanentes e crescentes, voltados para a população local e regional, com diversificação mercadológica, através de atividades como turismo, agricultura orgânica e artesanato, a serem desenvolvidas no PARNA e seu entorno, configurando ali o Pólo Econômico Regional do Gandarela. Os impostos e a movimentação de salários gerados por esses empreendimentos certamente serão uma contribuição significativa às economias dos municípios do seu entorno". 

As expectativas para o pólo econômico do Gandarela foram resumidas nos seguintes pontos:
  •Considerando as estimativas sobre postos de trabalho, o Parque Nacional daSerra do Gandarela irá movimentar na economia dos municípios abrangidos da ordem de grandeza entre R$ 65 milhões (primeiros oito anos) e R$ 110 milhões (a partir do 12º ano) anuais, correspondendo a uma geração de 4 mil a 6,5 mil empregos permanentes. 
•Em termos de arrecadação de ISS, prevê-se uma arrecadação realista da ordemde R$ 1 milhão anuais a partir do oitavo ano do PARNA, com alcance R$ 1,5milhões a partir do seu 15º ano (valor atual). 
•Haverá acréscimo no Fundo de Participação dos Municípios da Região, com o crescimento da arrecadação do ICMS, IR e IPI. 

Após a apresentação foi aberto debate, momento no qual foram levantados diversos questionamentos a respeito do Projeto Apolo e do Parque Nacional da Serra do Gandarela, destacando-se os riscos em relação à segurança hídrica do município com a implantação de projetos de mineração, especialmente sobre o aquífero Gandarela e bacia do Ribeirão da Prata, a demanda crescente por espaços como os das unidades de conservação, alavancando negócios no ramo de turismo, hotelaria, agricultura, artesanato e serviços, a atratividade de municípios com capacidade de oferecerem água limpa e ar puro para indústrias de alta tecnologia (eletrônica e química fina) desde que optem pela preservação desses atributos e as possibilidades de otimização do transporte na grande BH a partir da implantação de projetos de grandes eixos viários (Alça Norte, Alça Sul e Contorno Leste) que irão interligar Caeté ao restante da região metropolitana,  pólos nacionais e inclusive internacionais, através do aeroporto de Confins. O modal ferroviário também foi abordado já que no momento o município foi colocado á margem de projetos e iniciativas em curso para a utilização desse meio no transporte de passageiros.

Fonte: Parque Nacional da Serra do Gandarela - Oportunidades de riqueza limpa por toda vida.
www.aguasdogandarela.org


Um comentário:

Elisa disse...

Li, hoje, que o governo federal, leia-se PT, através do controle dos grandes Fundos de Previdência Privada(do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios) detêm controle sobre a Vale, pois os mesmos, somados, têm mais de 57% de suas ações. É importante registrar esse fato, eis que interesses partidários fora dos interesses da preservação da Serra do Gandarela, podem turvar nossos objetivos e luta.