quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pesadões

Há cerca de dois meses, caminhões pesados carregados de minério de ouro estão atravessando a cidade. Com o trânsito confuso que temos as coisas pioram, fora o risco que oferecem e os danos sobre as vias que já apresentam sinais de deterioração mais acelerada. Os moradores já começaram a reclamar e o eco já chegou à Câmara que colocou o assunto em pauta, só falta o executivo se manifestar, mas parece que falta vontade do último. Esse tráfego pesado passava antes por estradas de terra, atravessando Rancho Novo (estranho, o povoado mais pobre não conseguiu ser ouvido como a rua do Sindicato) em direção à usina de beneficiamento da MSol, só que segundo notícias, o prefeito de Barão de Cocais proibiu o trânsito dos brucutus pela cidade e os mesmos foram obrigados a usar e BR-381 e passar por Caeté. Só que a AngloGold (uai, pensávamos que era só a MSol) soltou nota nos jornais da cidade com esclarecimentos sobre o tráfego pesado nas ruas da cidade, mas a empresa MSol ainda não se manifestou. Os moradores reclamam, a prefeitura finge que o problema não existe e os vereadores pedem medidas compensatórias das empresas, mas se esquecem que tais medidas são requeridas e discutidas antes do licenciamento das atividades e após audiências públicas. Só que a AngloGold está localizada em Sabará (a compensação ambiental deve ter ido para lá, presume-se) e a MSol, se não nos falha a memória, nunca teve audiência pública para suas atividades em Caeté, a empresa veio utilizando-se da ilegal, conforme o Ministério Público, Autorização Ambiental de Funcionamento concedida pelo Estado para seus licenciamentos e portanto compensações ambientais, se existiram, não partiram de demandas da comunidade. A questão é que o compromisso maior dessas empresas é com o lucro dos seus acionistas, principalmente agora em tempos de alta do ouro e tudo que signifique aumento de custos, conforme a lógica do sistema, não é bem vindo para as mesmas. Podemos esperar então simplesmente medidas mitigatórias, como, por exemplo, o caminhão-pipa que vimos jogando água (de onde será que vem tanta água?) na estrada de Rancho Novo e muita conversa, principalmente permeada com a palavra "sustentável" que tem o estranho poder de explicar e justificar coisas inexplicáveis e também, acomodar mentes (quem ousaria questionar tal conceito?). Está aí mais um problema que atinge a população que já começa a duvidar de contos-de-fadas...

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