Mais um final de ano, período propício para a reflexão, para se definir novos rumos, para reacender o lume da esperança. O MACACA percorreu esse tempo com brio, primeiro com o sensacional Carnacatu, onde o viés cultural da entidade foi posto à prova na organização, junto com outras entidades progressistas, do evento da festa popular do Carnaval. Nesse momento, quando a cidade se via triste, à mercê da vontade de um poder público omisso e dos “promoters” de plantão, com sua capacidade de se apropriar das festas do povo para torná-las fontes de lucro, desvinculando-as de seu sentido simbólico e cultural, a entidade, demonstrou sua capacidade. Em outras ações como o movimento contra a degradação da qualidade de vida, como no caso da poluição sonora e na participação em movimentos de cidadania como no SOS Serra da Piedade, Movimento Serras e Águas de Minas, Conselhos Municipais, Comitês de Bacia e Conselho Nacional de Recursos Hídricos, o MACACA angariou respeito e prestígio até mesmo de seus adversários mais ferrenhos, por pautar-se pela ética e seriedade.
Hoje vivemos em nível local, momentos difíceis, pelo cerceamento dos espaços de cidadania, exemplificados na transformação do CODEMA em um arremedo de fórum de discussões e decisões, seguido dos demais Conselhos, criados pelo Constituição cidadã de 1998, para a participação democrática e popular, em instâncias consultivas, não mais deliberativas, encabeçadas por agentes do executivo. Este retrocesso, comandado pelo atual governo, sobre conquistas legítimas da sociedade, resultado de lutas históricas, poderá representar danos duradouros na sociedade local que tencionava participar de maneira proativa nas decisões de seu interesse depois de décadas sob o jugo do paternalismo. Outra preocupação que se acrescenta são os projetos de mineração que o município é objeto, como o mega-projeto Apolo da Vale do qual a população tem poucas informações, e quando são divulgadas, se fazem massivamente através das elites locais e mídia que se juntam no discurso em torno de seus benefícios, ocultando deliberadamente os grandes impactos socioambientais. A Serra do Gandarela, região de grande beleza, rica biodiversidade e recursos hídricos importantíssimos para o local e para as populações de diversos municípios próximos é pouquíssimo conhecida pelos caeteenses. A mineradora Vale promoveu visitas de diversos segmentos sociais de Caeté às suas minas em outros municípios como a de Brucutu em São Gonçalo do Rio Abaixo, mas estranha ou deliberadamente não os levou à Serra do Gandarela, pois se o fizesse enfrentaria oposição semelhante à da mineração na Serra da Piedade, ainda alvo de cobiça da AVG-MMX, tal a beleza do lugar. Outra preocupação no quadro de degradação são os projetos da MSol, principalmente em Morro Vermelho, pelos impactos sobre as águas e sobre o patrimônio histórico do distrito. Em todos os fatos citados o MACACA atua em conjunto com diversas entidades e com o Ministério Público, sabedor do seu papel e, o mais importante, com o reconhecimento e apoio da maioria da população.
São tempos difíceis para a cidade e para o planeta, mas nunca devemos perder a esperança em dias melhores, na lúcida loucura da utopia de um novo mundo, vamos continuar firmes, unidos e com os corações iluminando nossos caminhos.
Feliz Ano, hoje, amanhã e sempre.
Um comentário:
Feliz 2010!!! Que ele venha nos trazendo mais consciência ambiental e amor, muito amor à nossa Mãe Natureza
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