É uma pena que haja ainda em Caeté quem preconize desenvolvimento econômico sustentável para a cidade retomando os passos do passado. Não há nada mais indicativo de atraso que, como alternativa para o presente, apontar para trás, para o próprio passado. Justamente num momento da história de Caeté em que a cidade cresce por si mesma com a construção civil e com o surgimento de pequenas empresas, se preparando para um futuro não muito distante, deixando para trás um período em que dependia de decisões externas, de uma ou duas fontes de emprego e era refém dos desígnios de tais empresas tendo a elas atado o seu destino.
Empresas essas que uma vez terminado em Caeté seus interesses jogam toda uma população no abismo que se cavou com essa dependência. Antes era a FB; agora os nomes são outros (MSOL, Vale) que, aonde chegam prometem tudo e quando se vão não se importam com as crateras ambientais e os abismos sociais e econômicos que deixam. O primeiro que reduzem para diminuir custos é o quadro de funcionários. Estes empreendimentos estão franqueados e defendidos por aqueles que formam uma elite e que são os que realmente se beneficiam diretamente deles, por isso constroem todo esse discurso. Um exemplo é o atual Prefeito e o grupo forte de sua administração, todos vindos da ACIAC e que tiveram sua campanha eleitoral, em grande parte, patrocinada por mineradoras. Não é a toa que sua entidade base, a ACIAC, é a que mais publica loas as mineradoras. E o resultado disso está a mostra na administração desastrosa de Ademir de Carvalho, cavalo de tróia das mineradoras que demonstra mais claramente, ao vivo direto e “in loco” a diferença entre o discurso e a prática desse setor. Em seu último artigo no Jornal Acontece da semana anterior, sobre Desenvolvimento com Sustentabilidade eles mesmos apontam o resultado desse modelo que estão a propor, que Caeté é hoje uma das cidades que tem a renda per capita das mais baixas de Minas Gerais. É muita cara de pau citar sustentabilidade numa proposta de desenvolvimento que sempre manteve Caeté numa corda bamba entre um pequeno surto de exploração dos recursos naturais e de mão de obra barata (porquê a mão de obra qualificada eles não aproveitam daqui, trazem de fora), alternado com longos períodos de desemprego e crise. “... já fomos a oitava economia do estado”; se esse modelo fosse realmente sustentável ainda seríamos. Nada aflora de “fora para dentro”, a não ser uma cidade que acredita nesse conto.
Privilegiada por sua posição geográfica e suas belezas naturais, Caeté tem outras possibilidades e uma delas virá com a duplicação da 381 e a construção do rodo-anel. Estará ás portas de Contagem e Betim, um dos maiores parques industrias da região Sudeste; sem mencionar que, melhor que outras cidades da Grande BH estará também bem mais perto da Cidade Administrativa, atualmente em construção em Confins e que é vista por toda a região como fonte de oportunidades pelo volume de recursos que colocará em circulação devido ao alto poder aquisitivo de sua população. Não é preciso dizer aqui porquê, nesse panorama, a manutenção da qualidade de vida, de seu patrimônio natural, cultural e histórico é importante (o é também em qualquer outro, mas sobretudo neste).
Essa é a Caeté que queremos para o futuro.
Muito diferente é verdade, da que preconizam os que não se incomodam de, a cada geração que tem emprego enquanto duram os recursos naturais disponíveis, haja uma outra que, ou vive dependente da aposentadoria dos pais, ou imigra por que se esgotaram tais recursos naturais e outro ciclo de exploração mineral; fatos estes, tão comuns no passado de Caeté que agora querem ressuscitar.
Ronaldo Candin
Empresas essas que uma vez terminado em Caeté seus interesses jogam toda uma população no abismo que se cavou com essa dependência. Antes era a FB; agora os nomes são outros (MSOL, Vale) que, aonde chegam prometem tudo e quando se vão não se importam com as crateras ambientais e os abismos sociais e econômicos que deixam. O primeiro que reduzem para diminuir custos é o quadro de funcionários. Estes empreendimentos estão franqueados e defendidos por aqueles que formam uma elite e que são os que realmente se beneficiam diretamente deles, por isso constroem todo esse discurso. Um exemplo é o atual Prefeito e o grupo forte de sua administração, todos vindos da ACIAC e que tiveram sua campanha eleitoral, em grande parte, patrocinada por mineradoras. Não é a toa que sua entidade base, a ACIAC, é a que mais publica loas as mineradoras. E o resultado disso está a mostra na administração desastrosa de Ademir de Carvalho, cavalo de tróia das mineradoras que demonstra mais claramente, ao vivo direto e “in loco” a diferença entre o discurso e a prática desse setor. Em seu último artigo no Jornal Acontece da semana anterior, sobre Desenvolvimento com Sustentabilidade eles mesmos apontam o resultado desse modelo que estão a propor, que Caeté é hoje uma das cidades que tem a renda per capita das mais baixas de Minas Gerais. É muita cara de pau citar sustentabilidade numa proposta de desenvolvimento que sempre manteve Caeté numa corda bamba entre um pequeno surto de exploração dos recursos naturais e de mão de obra barata (porquê a mão de obra qualificada eles não aproveitam daqui, trazem de fora), alternado com longos períodos de desemprego e crise. “... já fomos a oitava economia do estado”; se esse modelo fosse realmente sustentável ainda seríamos. Nada aflora de “fora para dentro”, a não ser uma cidade que acredita nesse conto.
Privilegiada por sua posição geográfica e suas belezas naturais, Caeté tem outras possibilidades e uma delas virá com a duplicação da 381 e a construção do rodo-anel. Estará ás portas de Contagem e Betim, um dos maiores parques industrias da região Sudeste; sem mencionar que, melhor que outras cidades da Grande BH estará também bem mais perto da Cidade Administrativa, atualmente em construção em Confins e que é vista por toda a região como fonte de oportunidades pelo volume de recursos que colocará em circulação devido ao alto poder aquisitivo de sua população. Não é preciso dizer aqui porquê, nesse panorama, a manutenção da qualidade de vida, de seu patrimônio natural, cultural e histórico é importante (o é também em qualquer outro, mas sobretudo neste).
Essa é a Caeté que queremos para o futuro.
Muito diferente é verdade, da que preconizam os que não se incomodam de, a cada geração que tem emprego enquanto duram os recursos naturais disponíveis, haja uma outra que, ou vive dependente da aposentadoria dos pais, ou imigra por que se esgotaram tais recursos naturais e outro ciclo de exploração mineral; fatos estes, tão comuns no passado de Caeté que agora querem ressuscitar.
Ronaldo Candin
- Co-fundador do MACACA e do SOS Serra da Piedade,
ex - Presidente do CODEMA de Caeté.
Ps. A "recuperação" da mina exposta nas fotos acima unicamente se deu depois da atuação do independente CODEMA de então que se impôs, só aceitando analizar qualquer projeto para Caeté depois da "recuperação".
5 comentários:
"Atividade mineraria ... céu ou inferno para Caeté"
Caeté já se sente tomada por uma grande onda de possitivismo em função dos projetos de atividade minerária da Vale no município.
O grande problema nessa onda de possitivismo é que as pessoas se esquecem de colocar na balança todas as mudanças que irão ocorrer na cidade com o projeto minerário da Vale. Num lado da balança a possibilidade do vil metal circulando na cidade ser bem maior e o número de desempregados diminuir. Porém do outro lado teremos que conviver com problemas sérios já vividos por outras cidades abraçadas pela atividade minerária.
Degradação ambiental com prejúizo á saúde pública, aumento da violência,da prostituiçao e do tráfico de drogas em função do grande número de índividuos do sexo masculino sozinhos e morando em alojamentos, além da poluição ambiental e sonora com a grande circulação de caminhões (que passarão pela antiga linha férrea carregados).
Acrescente-se a isso o fato da cidade e a atual administração pública nada ter feito para preparar-se para essa mudança. Um sistema de saúde ineficiente, alvo de constantes reclamações, estaria obrigado a, já a partir do próximo ano, atender mais 5000 habitantes. Um transporte urbano precário, vias rodoviárias detonadas, transformarão nossa cidade num caos.
Não sou contra a atividade minerária, mas acho que as coisas tem que ser feitas com inteligência e interesse público coisa que sinceramente não vejo na atual administração municipal.
A população de Caeté terá que sofrer com todas essas mudanças sem a garantia de ser recompensado monetáriamente. Os comerciantes tradicionais serão fácilmente engolidos pelos grandes empreendimentos comerciais que já começam a rondar nossa cidade. Os trabalhadores locais, despreparados e mal formados, entrarão em desvantagem com seus concorrentes vindos da capital e até de outros estados.
Toda fruta deliciosa tem uma polpa suculenta mas tem também uma casca e um caroço amargos
O texto acima postei em meu blog... quem me conhece sabe que não sou contra as atividades minerárias mas, vendo o que vem acontecendo na questão ambiental, onde as empresas não demonstram interesse algum em recuperar as áreas degradadas e preservar as reservas estabelecidas, venho confessar que atualmente me encontro em dúvida.Desejo muito a preservação do verde apesar de continuar achando que é hipocrisia o ser humano acreditar que é possível viver no mundo atual sem os produtos advindos dessa atividade. É horrível ficar encima do muro, mas prometo me decidir o mais breve possível e pular para um dos lados. Que meu guia espiritual me dê uma luz ....
Vascão
Vc só sabe criticar, já virou comédia para mim.
É muita birra da atual administração e quando vc fala que a atual administração não está se preparando para a entrada de vale, vc está sendo muito durão e sem coração.. um bom dia.
Comédia para mim é quando as pessoas se acovardam e se escondem por detrás do anonimato por isso me dou por feliz. É interessante que alguém tenha medo de mostrar a cara diante de minhas afirmações. Não peço para que ninguém concorde comigo mas tenho o DIREITO de mostrar minha opinião.
Ô Vascão...minha cara é mais feia que a sua, como é que vou mostrá-la?!! Nem lá na Àfrica, aliás de onde vc nunca deveria ter saído, lá eles estão com fome e iriam gostar de comer pastel....bjs.
Sem comentário.... apenas triste.
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